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Violência Urbana: Impacto na coleta de lixo nas comunidades brasileiras

Atualizado: 23 de jun.

Reprodução: Voz das Comunidade
Reprodução: Voz das Comunidade

Cidade do México e São Paulo, as duas maiores metrópoles do continente americano, separadas por mais de 7 mil quilômetros de distância, possuem um desafio em comum: a urgência no tratamento dos resíduos sólidos. Por várias vezes, a coleta de lixo é interrompida por conta de tiroteios, manifestações, briga entre facções e até medidas de suspensão dos serviços ordenados por traficantes.


O ex-presidente da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (COMLURB), Flávio Lopes, destacou que a violência, as diferenças geográficas das cidades e as diferenças climáticas são desafios enfrentados por essas cidades neste setor. Além disso, que regiões dominadas por milícias têm ainda mais dificuldade de colocarem este serviço para funcionar, já que o crime lucra com a coleta de lixo.

“A violência é um grande desafio enfrentado por essas cidades de países em desenvolvimento porque torna a coleta de lixo irregular em algumas regiões da cidade. Outro problema que nós temos é as diferenças geográficas que impactam toda a logística da coleta. Em algumas comunidades, por exemplo, o acesso com equipamentos é mais restrito devido à menor infraestrutura da região”, comentou ele.
“No Rio de Janeiro, que tem regiões dominadas pelo tráfico e pela milícia, sofre muito nesse quesito. A região de Paciência e Santa Cruz, na comunidade do Aço, na Zona Oeste da cidade, enfrenta muitas trocas de tiros e fechamento de ruas com barricadas que impedem o funcionamento pleno da coleta”, disse Flávio.

Por outro lado, o vice-presidente do Conselho Municipal de Favelas do Rio de Janeiro e diretor de políticas públicas da FAFERJ, Gabriel Siqueira, alega que a questão da falta de coleta de lixo nas comunidades está muito mais ligada ao abandono das favelas do que pela segurança pública.

“O projeto gari comunitário foi muito bom, mas teve alguns problemas, tanto para as associações de moradores quanto para o poder público. Eles chegariam a lugares onde as empresas de limpeza não entram, mas infelizmente não foi para frente e os garis municipais ficam mais limitados a operar o serviço nas favelas. Mas não por causa da violência, mas sim porque é um território excluído da cidade, sem investimento e marginalizado”, disse Gabriel.

“O problema dos lixos nas comunidades são um tipo de violência, só que praticado pelo Estado. A coleta de lixo nas favelas é irregular e isso é responsável pela perpetuação de doenças, ratos, baratas e mau cheiro. Na Rocinha, por exemplo, a maior favela do Brasil, é extremamente íngreme e tem um dos maiores índices de tuberculose do país porque a aglomeração e a falta de coleta de lixo facilitam a propagação dessas doenças”, comentou Gabriel Siqueira, diretor de políticas públicas da FAFERJ.

O tratamento do lixo nessas cidades não é apenas um problema ambiental, mas sim social e econômico, que afeta principalmente os mais pobres. Uma gestão eficiente dos resíduos sólidos impacta diretamente o funcionamento da economia local, através dos catadores de lixo, por exemplo, e também é um potencial de transformação social.


Flávio Lopes destacou que é possível gerar empregos formais e renda, além de melhorias na saúde pública a partir de uma boa manutenção do lixo. “A destinação e tratamento correto do lixo pode gerar emprego, economia e melhorias na saúde pública, resultando em menores custos de saúde, além do impacto da renda dos catadores de lixo”, disse Lopes.


O Brasil e o México são duas nações emergentes, ou seja, são economias que estão em constante desenvolvimento, com um crescimento rápido, que os aproxima cada vez mais das grandes economias. A média de crescimento dos PIBs é de 2,5% ao ano. São Paulo e Cidade do México por serem as cidades mais importantes destes países são as mais impactadas por esse fortalecimento econômico.


“O processo de reciclagem já é um importante vetor da economia formal e informal. Temos muitas pessoas vivendo da captação e também muitas cooperativas e empresas estabelecidas trabalhando no processo. Não há dúvidas de que a exploração do processo de reutilização de resíduos (não só reciclagem) é capaz de gerar emprego, diminuir a desigualdade social e tirar da linha da pobreza muitas famílias. Quanto melhor é o processo de coleta, transporte e tratamento dos resíduos de uma cidade, menos custoso será para a população”, afirmou Flávio Lopes.

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Natureza Urbana é um portal informativo comprometido com a divulgação de notícias ambientais, com enfoque nas cidades do C40 e na COP 30. Nosso site, idealizado por estudantes de jornalismo, tem como propósito destacar a importância da transformação urbana. Nosso público-alvo abrange ambientalistas, jornalistas e indivíduos envolvidos com questões ambientais e políticas relacionadas. 

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Somos alunos da disciplina "Redação Jornalística" da PUC-Rio, orientados pelo professor Chico Otavio, autores de reportagens com temas ligados às cidades do C40. Essa rede mundial reúne 97 prefeituras em ações contra a crise climática. O trabalho aborda inovações sustentáveis e problemas ambientais presentes no dia a dia dessas cidades.

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